Tão
Lambia a seda de fora a fora, compenetrado, com zelo e carinho.
Ajeitava o fumo com paciência. Longe, olhos de lobo paciente, tinham uma espécie de redoma úmida que refletiam meu olhar o fitando e admirando.
Acendeu o beque, puxou fundo e conferiu a ponta. A chama reluziu sem fôlego. E durou. E aí ficou tímida, como eu.
Baforou e me ofereceu, como se eu soubesse o que fazer. Segurei, meio errada, mas não passei vergonha.
Ele me olhou, sorriu levemente, virou pro lado, conferiu o céu, esfregou as mãos.
Eu, com aquilo queimando nas mãos, só queria ele pra mim.